Estamos mais uma vez com nossa sessão de resenhas e dessa vez iremos falar tudo sobre o lançamento não tão recente assim de Morte Súbita, da criadora de Harry Potter: J.K. Rowling. O romance adulto (que por sinal é o primeiro do gênero escrito pela autora) é ambientado no vilarejo de Pagford, quando o Conselheiro Barry Fairbrother falece subitamente diante toda uma sociedade que fica em estado de choque com a notícia. Logo após a morte, os conflitos políticos e sociais ficam cada vez maores no pequeno vilarejo, e principalmente quem ocupará a vaga deixada por Barry no conselho administrativo paroquial, dando início á uma eleição repleta de revelações inesperadas.
O livro conta com muitos personagens (em torno de 30). A autora diante das 500 páginas sente a necessidade de explorar cada um dos personagem indo á fundo nos detalhes psicológicos de todos. Em sua maioria fica claro o embate da classe pobre com a rica. Os destaques ficam para o carisma de personagens como o falecido Barry, a inconstante e dependente química Terri Weedon, além da sede de poder de Howard Mollison e sua esposa preconceituosa Shirle e Andrew Price com sua lealdade ao autêntico "Bola" Wall.
Particularmente, eu comecei o livro com um certo medo por achar que a autora poderia de alguma forma trazer alguns traços de suas obras anteriores, o que acabou sendo errado visto que ela desenvolveu bem esse lado para a literatura adulta, apesar de exagerar no vocabulário, como é provado no cenário de Fields, onde Terri Weedon que é dependente química apenas grita palavras ofensivas toda a história e que acaba distorcendo e deixando uma imagem um pouco vaga de um "viciado".
O livro acaba por se tornar instigante para o leitor que ao perceber que as questões políticas ali debatidas são as mais reais o possível, que estão presentes no nosso dia-a-dia. Como um grupo destinado á lutar pelas suas necessidades pessoais usando de artifícios duvidosos e má índole. É interessante observar também a vida de casados como Samantha e Miles Mollison e a realidade exacerbada de uma mulher que detesta sua vida e deseja homens que não seja seu marido, assim como um homem que se torna o reflexo de seu pai e se volta completamente para a política.
"O casamento é sempre um mistério para quem está de fora – disse ela, cautelosa. – Ninguém pode saber o que acontece entre duas pessoas, só elas mesmas. Você não devia julgar ninguém, Gavin."
J.K. Rowling sabe o que está fazendo ao nos transportar para o mundo de Pagford, e não peca pelos detalhes mostrando um desfecho impressionante e nada previsível para o livro, o que pode gerar uma certa revolta interna pelos simpatizantes (para quem ler, e espero que leiam, vão entender). Devo confessar também que o que prende de fato o leitor é a vontade de descobrir fatores que são encadeados pelo aneurisma cerebral de Barry Fairbrother (pois vamos combinar, nada mais certo que a morte), como o ocupante de sua cadeira no conselho, os futuros incertos dos adolescentes presentes: Andrew, Bola, Gaia, Sukhvinder Jawanda, e Krystal que desempenham um papel fundamental desde o início ao desfecho da história, e as revelações pessoais que são expostas diante de toda uma sociedade conservadora aos poucos.
Afinal, pra quem leu, ou irá ler essa história se deixe levar pela narrativa e envolva-se com os mistérios e personagens do vilaerjo. E o mais legal disso tudo? É que foi noticiado que haverá uma adaptação do livro para a TV americana em formato de seriado que deverá ser exibida ainda esse ano, ou seja, além de ter amado o romance ainda teremos o gostinho de ver de sua adaptação. Já estou aguardando ansiosamente, e vocês?
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